Blog do Thiago com Textos disso e daquilo. Comentários seus já são mais que bem vindos

Semi-Gordos.

| 2 comentários

Os semi-gordos sempre foram criaturas peculiares e intrigantes. São aqueles que não tiveram força o suficiente para virarem gordos, e nem colhões para fazerem dietas e se tornarem magros. Podem ser definidos como o 'intermédio' entre gordo e magro, ou também 'o lado cinza da força'. Não fedem nem cheiram, ninguém comenta 'Olhe a semi-gordesa da pessoa ali!'. Semi-gordos só são lembrados quando os gordos têm ataques de inveja, ou quando os magros deixam o orgulho subir à cabeça.
Deve haver um planeta, onde os semi-gordos coexistem sem problemas, não causando a discórida onde quer que passem. Este planeta, por sua vez, não é um planeta comum. Ele não tem balanças. Semi-gordos não sabem o que é engordar... nem emagrecer. E os alimentos por lá devem ser bem mais gostosos.
- Sai uma pizza com bacon extra!
- Mas e o colesterol?! E a gordura?!
- Que? Do que tu estás falando?
- Perdão, eu estive na terra por uns tempos... negócios, sabe...
Acredita-se que os coacervados eram semi-gordos, na verdade, logo, um dia, eles proclamarão sua hierarquia e dominarão a terra. Depois disso, implantaram um regime a base de comidas gostosas, que vai exterminar com os 'fracos', algo como um holocausto... à base de sorvete e pizza.
A maioria (entenda-se: todos) dos semi-gordos são come e não engorda. O que é come e não engorda? Simples, eles comem e não engordam. Por isso, estão, desde que se tornaram semi-gordos, com o mesmo peso. Causando inveja nos gordos... e magros.

Acho que vou parar de escrever, comer uma trufa, digo... não posso comer mais uma trufa... malditos semi-gordos...

Um Poema

| 0 comentários

Achei uma poesia,
perdida na minha mente.
um poema diferente,
sem palavras.
Sem sentido aparente.

Achei que sabia de tudo,
inconformação,
por imperfeição.
Perdoai minhas palavras
de mortal.

Ao fim,
achei a poesia.
Hei de eternizá-la
já que de uma vez por todas,
hei de decifrá-la

Canção do Trovador

| 2 comentários

Certa noite, o trovador entoou uma canção, em uma fogueira, às margens do rio, em uma noite de inverno.

Nas águas do lago
lembro da face da minha amada
mas recordo-me do sabor amargo
que dela, me obriguei a separar

Da neve branca,
sua face, intocável.
Que a lua tateava com seus raios,
nas noites de estrelas viçosas.

Das florestas verdajantes,
de encanto singular,
dislumbrante é sua forma,
inesquecível é seu brilho.

Dar-te-ia a mão, donzela,
para acompanharte em noites de amor,
se não fosse minha vocação
de ser o trovador

A Odisséia (II)

| 2 comentários

*Se ainda não leu o Post abaixo, leia, é o começo! (A Odisséia 1)*

Estava desempregado, sozinho, abandonado, desabrigado, com fome e com frio, nas ruas de porto alegre.
Já não era mais humano, menos aceitável do que era, vagou sozinho por meses, comendo migalhas, emagreceu muito. Pensando em apenas versos, cambaleava depois de tantos espancos que sofreu de policiais e bandidos.

'Morram todos,
Envenenados com suas mentiras
Aumentando seus egos gordos'

Passou a pronunciar este verso diariamente, todo o tempo, não importando se alguém o estava ouvindo ou não, pois ele não via mais gente, via apenas os desgraçados que o excluiram, deixando-o naquela situação, totalmente morto por dentro, e quase morto por fora.
Seus cabelos fediam, ninguém parava do seu lado, nem mesmo os mendigos, pois o viam com um outro olhar, achavam-no louco, até demais para eles.
O homem então, tentou sair do centro da cidade, mas o resultado foi o mesmo, as pessoas fechavam suas portas para o pobre homem, que quase morto implorava por um punhado de comida para agüentar suas surras diárias.
O frustrado poeta não viu outra solução a não ser o suicídio. Sempre fora um homem covarde, sem coragem de encarar os problemas de frente, sempre se escorando nos desconhecidos, jogando a culpa neles. E quando não podia fazer isto, simplesmente fugia por uns dias, ficava andando nas ruas, por isso as conhecia tão bem. Mas no estado que ele estava, não havia pior castigo que a vida. Suicídio, estava decidido.
Caminhou até um prédio bem alto, e começou a subir sua escadaria. Cada passo mais pesado que o céu, fazendo pressão contra o chão. Cheio de pesares, o pobre poeta sentia-se cada vez mais feliz, mais perto do fim das escadas, pensando que finalmente iria descansar do seu castigo, para sempre.
Chegou até o topo do prédio, e pronunciou.

'Este é o fim,
Com pesar, me matarei
Para descansar enfim.'

Então o homem teve seu digno descanso eterno.

A Odisséia. (I)

| 0 comentários

'Não acredito que a vida seja um morango', resmungava o homem, ao andar pelo centro de Porto Alegre numa tarde fria. 'O que diabos essas pessoas vêem de bom na vida?' - pensou, entre outros tipos de resmungos -.
Na verdade, o homem foi assim por nunca ter tido amor. Por ter alimentado dentro de si um ódio mortal pelas pessoas, depois que fora abandonado na juventude. Vivia de bicos, num apartamento apertado. Havia tido um caso a muito tempo, mas não deu certo, a mulher o achou muito nojento. Falava alto demais, com uma voz incrívelmente fina, levando em conta à sua estatura, relativamente pequena.
Ultimamente, as coisas não andavam muito bem para ele, que perdera seu emprego, estando prestes a ser despejado de seu apartamento.
Acreditava ser poeta, riscava tudo que podia. Passoupela praça da Alfândega. Lembrou-se de quando era uma praça de renome, quando viu Mário caminhar por ali. Então rabiscou no banco, um verso:

'Os profetas uma vez disseram,
que o fim do mundo estava por vir.
Em material, ainda não acabaram,
mas em coração dá para sentir'

'Ach, um dia serei publicado...' disse o homem, secando seu ranho com a manga, estava gripado para piorar a situação.
Não agüentava ver o mundo como era, queria mudar, segundo ele, Na verdade, queria mudar apenas seu mundinho partícular. Queria ser rico, um poeta famoso, e não um pé-rapado, sem dinheiro.
Continuou caminhando, foi até a entrada do centro de Porto Alegre, e viu aquelas pixações nas paredes, de anarquismo, contra os políticos, chamando-os de porcos.
Idiotas - Logo pensou - Mas depois prontificou-se a tirar sua caneta do bolso para rabiscar na parede outro verso.

'Revolução, revolução!
Melhoria radical, felicidade.
Mas na verdade,
Pura destruição'

'Hei de ser publicado!' disse mais uma vez, antes de dirigir-se para casa, tinha que ver se tinha pão, senão passaria o dia sem comer.

Me congelar.

| 3 comentários

Sonho com ela denovo, terceira vez seguida, acho que estou ficando paranóico. Será que a vida está me matando assim? Preciso me esfriar, me congelar. O sol está ficando quente demais pra mim. Ela está me queimando por dentro. Saio... e penso:

-

Sinto que vou cair,
sinto que vou trombar.
Não consigo me livrar disso.
Meus olhos já ficaram cegos.
Estou sendo lentamente consumido.
É tarde demais para mim escapar agora.
Me perdi no labirinto particular dela.

-

Não quero mais pensar em curtir
só quero fugir.
Ela está dançando no fogo,
está gostando do que está fazendo.
O prazer me toma conta.

-

MALDITA!

-

Não!
Não posso, nem devo.
Não vou me viciar denovo.
Quero aquele monstro longe da minha mente
Preciso me esfriar
me congelar.
Não quero que ela me mate,
com sua dança sensual.

Archivo del blog

Etiquetas

Powered By Blogger