Blog do Thiago com Textos disso e daquilo. Comentários seus já são mais que bem vindos

Estávamos todos naquele bar onde o cheiro de cigarro de canela impregnava o ar, juntamente com os bafos de uísque dos bêbados e sem futuro. Estava precisando esfriar a cabeça, as coisas não estavam fáceis ultimamente. Precisava de uma solução rápida, com urgência. Uma banda underground viajava no Rock and Roll enquanto meus amigos cheiravam carreiras de cocaína.
A noite passava depressa, e já estava bêbado quando comecei a pensar nas soluções mais estranhas e terríveis para minha vida infeliz. “Quem sabe suicídio?” pensei. Parecia ser uma boa idéia, dar um fim no sofrimento de uma vez por todas. Enquanto fumava, pensava em que rumo eu iria tomar na pós-vida. Um lugar nos jardins do Senhor. Grande piada, eu iria queimar no inferno por tantos pecados em uma vida só. Até que eu aproveitei a minha vida.
Talvez eu estivesse ficando louco, de tão chapado. Fui até o banheiro molhar a cara e refrescar as idéias. Tinha um casal transando, bem alto por sinal, no banheiro ao lado. Fazia tempo que não transava. Talvez sexo não seja a solução dos problemas, quem sabe os prazeres carnais são uma grande mentira. Voltei para a mesa, vi meus amigos completamente doidos com o pó, e eu ali, quieto, introspectivo, contemplativo. Continuei pensando por uns tempos. Pensei em como a vida era ruim, e como dá reviravoltas, mas sempre prevalecem aqueles tempos em que estamos nos sentindo terríveis e queremos nos matar.
“É suicídio, tá decidido” pensei. Fui até o banheiro novamente. O casal ao lado continuava transando. Peguei meu canivete, ele nunca me foi tão útil. Pensei denovo se era aquilo que queria, mas estava tão mal com o que havia acontecido nos últimos tempos que nem ponderei. Cravei o canivete sem dó no meu próprio pescoço. Retirei o canivete e o sangue começou a jorrar. Não demorou muito para que tombasse e não podesse ver nada.
Naquela noite eu morri denovo, mas não havia sido ela quem me matou...

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Eu sabia que ia dar algo errado. Tinha certeza disso. Na verdade, nem sei porque fiz tudo aquilo. Agora não tinha mais volta. Só sabia que a partir daquele dia, as coisas iam ficar confusas ou difíceis por um tempo. Acho que todos que vem para a Terra, cumprem sua missão de uma maneira ou outra, mas, por outro lado, pagam um preço, e eu pareço sempre estar pagando inutilmente.. Talvez eu tenha me aberto demais à isso, ou me entreguei por completo e não devia.
Peguei um cigarro e sentei no sofá, enquanto olhava aquela bagunça imensa e pensava o trabalho que eu teria para limpar tudo aquilo, definitivamente dessa vez eu me sentia diferente, sem aquela alegria por fazer aquilo. Acendi o cigarro e falei baixinho entre uma tragada e outra: - Olha essa droga, devia ter feito isso na rua, vou morrer limpando isso. Eram 21:52, e eu estava ficando com fome. Abri a geladeira e peguei um Donnut congelado, recheado com chocolate. Droga de Donnut, estava horrível. Dei a primeira mordida naquela porcaria e o telefone tocou. Era uma mulher, com uma voz até que suave, não parecia muito velha:
- Alô.
- Boa noite, vi no jornal que você concerta coisas.
- É, basicamente.
- Pode dar um jeito no meu fogão?
- O que tem ele?
- O gás não sai
- Já verificou o Butijão?
- Sim, está cheio.
- Ok, dou uma passada aí amanhã. Qual o seu endereço?
- É na St. Johnson esquina com a 45.
- Certo, acertamos o preço amanhã.
- Ok, tchau.
"Ótimo, mais trabalho. Espero que essa cadela me dê uma gorjeta legal" pensei. Servi um copo de suco e comi o Donnut. Sempre que levava o copo à boca podia sentir aquele cheiro bom na mão, aquele cheiro que fica depois que faço aquilo que fiz naquela noite. Mas dessa vez parecia terrível. Fedia a bosta. Precisava de um banho com urgência. Fui pegar a toalha na varanda quando o telefone tocou denovo. Era o Jack.
- Alô.
- Hey, Paul.
- E aí Jack.
- Sabe cara, eu to precisando ficar doidão. Terminei com uma guria e tô sem grana. Tem algo aí?
- Não. Estou duro, até queria tomar uma cerveja, mas nem pra isso eu tenho.
- Ah, certo, tchau
- Tchau.
Na verdade eu tinha dinheiro. Mas não quis dar. O Jack vai acabar me sugando desse jeito... aquele viciado. Acho que sou a única pessoa que conheço que é normal. Os outros são drogados ou tarados. Acho que deveriam ir para uma clínica, buscar ajuda talvez. Pode fazer bem à eles. Eu poderia me virar sem amigos, arranjo outros, consigo umas mulheres... Eu dou um jeito. Comecei a me sentir uma pessoa melhor. Sempre me sentia assim quando Jack me ligava pedindo dinheiro ou maconha. Esses anormais nos fazem tão bem, por nos fazerem esquecer os nossos defeitos, e achar que os deles são tão piores do que os nossos. No meio de todo aquele meu sentimento de superioridade, o telefone tocou novamente. Era a mulher do gás. Dessa vez falava mais suavemente, com uma calma quase que excitante.
- Alô.
- Olá, sou eu denovo.
- Ah, oi.
- Achei sua voz excitante e resolvi te ligar.
- Ah, interessante.
- Não quer dar um jeito nesse gás agora mesmo?
- Não tenho condução.
- Eu te busco, onde você mora?
- Evergreen, 45.
- Ok, se arrume.
- Certo, tchau.
"Talvez com sexo eu melhore" pensei. Cheirei meu sovaco, estava com uma asa danada, e estava com a mesma cueca fazia dois dias. Ela não ia querer colocar aquilo na boca do jeito que estava. Tomei um banho rápido e me meti em uma roupa mais bonita do que a que estava, nada especial, não ia precisar delas mesmo. Peguei meu maço de cigarros, só tinham 2 no maço. Peguei uma latinha de cerveja da geladeira e desci as escadas. Passou-se um tempo, e logo depois que terminei a latinha, chegou um carro verde na minha frente, e uma ruiva gorda saiu para fora, dizendo:
- Você que concerta coisas?
- Eu mesmo.
- Entre.
Ela estava bem maquiada, com uma saia muito curta, tão curta que parecia ser um tipo de provocação e com um decote. Os peitos dela balançavam quando passávamos por paralelepípedos. Fomos em silêncio até um certo ponto. Estava pensando para quantos caras ela já tinha ligado naquele dia e se podia dar conta dela. É incrível como as coisas mais carnais como o sexo podem fazer você se esquecer de que a vida é uma droga, e que tudo está terrível. Queria poder transar todas as noites. Fumei um cigarro e puxei um assunto com ela:
- Então, o que você faz?
- Sou corretora de imóveis, e você?
- Legal. Sou escritor.
- Escreve o que?
- Poesias.
- Já foi publicado muitas vezes?
- Qualquer idiota é publicado. Mas poucos têm colhões para serem lidos.
- Interessante. Pode recitar uma poesia para mim?
- Eu vivo disso. Estou de saco cheio disso. Só quero transar.
- Está bem, está bem. Você está faminto
Então ela deu uma risadinha, uma das mais escrotas que já ouvi na minha vida. Se não estivesse tão mal, até desistiria de ter alguma coisa. Abstraí a risadinha e passei a mão na perna dela. Notei que ela começou a se contorcer e dar uns sorrisinhos. Comecei a acreditar que poderia dar conta sem problemas. A vida estava ficando tão boa de repente. Estava quase me esquecendo daquele fedor culposo na minha sala. Paramos numa rua deserta, na frente de uma casa abandonada. E fizemos o que tinhamos para fazer ali no carro mesmo. Ela gritava alto demais, tinha medo de que a vizinhança acordasse. De qualquer maneira, dei conta do recado bem facilmente. Então, quando terminamos, acendi o último cigarro e me recostei me sentindo um daqueles atores pornô. Ela demorou para se arrumar, teve que recolocar maquiagem. Achei que ela tinha marido, e não queria chegar em casa daquela maneira para ele não desconfiasse. Fomos até minha casa em silêncio. Eram 03:06. Saí do carro e ela disse:
- Amanhã, mesmo horário, na minha casa.
- Certo.
Entrei no apartamento, e de repente, todo aquele meu sentimento de felicidade, de esquecimento de problemas passou. As janelas estavam intactas, isto era bom. Pelo menos daquela vez Jack não arrombou alguma janela e roubou algo para se drogar. Fitei o cadáver dela na minha sala, e sujei meu sapato quando pisei num pedaço de tripa que saía do estômago e ficava no chão. Entretanto, ela aparentava estar "bonita" ainda, linda, na verdade. Linda da maneira que sempre esteve enquanto nos divertimos todo aquele tempo. Linda como quando meti a faca na goela dela. Estava podre de cansado, me joguei na cama e comecei a pensar. Talvez eu amasse ela mesmo, talvez não devesse ter matado ela. Sei lá, está feito. Acho que não sou tão superior ou glorioso assim...

Eu posso ter o mundo nas minhas mãos, mas eu nunca vou te ter de volta, né, sua vadia? O mundo vai acabar e tu ainda vai me odiar, e nunca mais eu vou olhar nos teus olhos. Eu tenho montanhas de dúvidas, gigantescas lamentações, enormes medos, mas nunca vou ter a ti.

Assim a vida não tem graça.

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Mãe, mãe, posso matar essa formiga?
Claro meu filho ela é burra e não pensa.
Feito! Me dá a Agulha!

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Enquanto isso, na nave alienigena:

Mãe, que planeta é aquele?
Terra.
Meu professor disse que os habitantes são burros, verdade?
Sim meu filho, quer destruí-lo?
Me passa o raio de prótons!

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Uma moça do meu MSN me disse pra adicionar um *baba* no conto abaixo. Falando em baba, adoraria babar toda a buceta dela.

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- Você me ama?
- Uhum, boneca.
- Mesmo?
- Claro! Eu te amo demais!
- Ah, que bom que você presta a atenção em mim, tem muito homem por aí que...
*roncos*

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- Isso, gostosa, chupa tudinho. Assim...
- Assim que tu gosta né?
- Aham, boquinha bem quentinha
- Vou babar tudinho
- Yeah, boneca.
- Sabe *chupa chupa* transamos a tanto tempo que *chupa chupa* deveríamos juntar os trapos né? Hey, porque seu pau ficou mole?

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Você prometeu pra mim que seria o paraíso.
Que tudo seria perfeito
e iríamos nos amar pra sempre.
Mas nunca me disse que tinha outro

Agora tenho que olhar pra sua cabeça na minha parede...

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- Hey, o que você acha de sexo?
- É legal broto, tu tá afim de transar?
- Não, eu ligo muito pro amor e tudo mais, saca?
- Sim sim, tu é daquelas românticas, saquei.
- Exato.
- Será que esse meu casaco da Nike não ajuda?
- Não sou daquelas que se leva por roupas.
- E se eu disser que curto o Sid Vicious?
- Legal, eu também, e daí?
- Vou te tratar como uma cachorra e te largar quando tu começar a me amar, o qu...
- PEGA A CAMISINHA!

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Sabe, eu estava me masturbando e... descobri que aquele vídeo pornô que tu escondeu de mim é tri legal, mas o meu pau é maior do que o daquele cara.

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- Eu morri!
- Não senhor Levinski, nós o revivemos, foi terrível e...
- Michael, meu amor! Ainda bem que você está vivo! Você está bem?! Sabe, eu estive pensando e, eu te amo tanto que...
- Ei doutor, me passa aquela faca ali?

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A humanidade já era. Se fosse tão simples conviver com os outros, todo mundo estaria de bem com todo mundo, não haveria guerra nem desilusão amorosa. Que droga essa vida moderna. Quem sabe se todos notassem o quão degenerado e idiota o mundo tá agora, dariam as mãos e ao menos caminhassem pro fim juntos ao invés de esperar ele vir ainda em guerra e em corações arrasados...

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Eu falei, tentei avisar, mas será que alguém me ouviu? Não, todos disseram que ia ser bom e maravilhoso, mas deu no que deu, eles nunca me ouvem.

- Eu avisei que ela ia foder comigo.

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Vou beber desse suco, bem devagar.
Só mais um pouquinho.
Isso, está quase lá, já posso sentir aquele calorzinho gostoso.
Aquelas contrações maravilhosas.
Está no ponto!

Rápido, tire o bife da chapa!

Eu poderia escrever
uma poesia,
uma poesia perfeita,
que ressalte as tuas características,
belas,
mas prefiro comer um pão com ovo, meu amor

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Quem sabe eu me perdi nesse mundo moderno de desespero irremediável e aderi à dor inconseqüente. Essas coisas do novo mundo...

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Essa merda,
essa droga
esse desespero,
essa vida...

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