Idéias com cabelo Cacheado

Blog do Thiago com Textos disso e daquilo. Comentários seus já são mais que bem vindos

dasdasd

O Cardápio do Ignorante

Freud? Assado
Acompanha Lavoiser.
um pouco de proust com batatas
e Focault à milanesa.

Vou beber Shakespeare,
misturado com Bach.
Mozart com gelo
e Beethoven na saideira.

No final das contas
tomo um Rimbaud para digestão!

e novamente fui derrotado pela natureza. desta vez pela natureza do pensamento com a cabeça do pau

mandei todo mundo se foder, porque não posso te foder

Ele falava do meu lado, com aqueles dentes amarelos e podres. Enquanto ela observava a reposta dele, com um sorriso com dentes podres. Os dentes podres dos dois pareciam formar uma única e nojenta arcada dentária, que tinha um fedor terrível.

Eu não tinha aqueles dentes, mas talvez eu era o mais podre dos três

As coisas ficaram sem graça ultimamente. Estou lendo Bukowski, e não ligo se tu acha que estou plagiando, quem sabe eu sou a reincarnação do cara. é, quem sabe eu realmente sou egocêntrico. pelo menos eu tenho uma personalidade pra achar ela o máximo

Estávamos presos do lado de fora, o portão estava trancado e não havia ninguém. Tivemos que esperar um puta tempo para alguma maldita pessoa vir abrir aquela porra. Enquanto isso, tinha um gato do outro lado, ele entrava e saía, entrava e saía, e então entrava e saía denovo.

Mais uma vez a natureza me venceu.

E uma risada sádica, pavorosa e de pesar melancólico parecia passar por dentro de sua cabeça. Uma risada de uma voz peculiar, que ele não conseguia identificar direito, mas ele sabia que a conhecia, e que já a canso de ouvir e ouvir novamente.

Era a risada dela gozando da vida enquanto ele se fodia.

A mídia é mentirosa, escreve a favor de quem quer, nunca está neutra. É corrupta e falsa. Te come e te larga, e tu fica na mão, sedento por informações falsas. Por sorte, há alguns grupos revolucionários contra essa tirania da rede Globo

Oh, que heróico, vou lá cagar...

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Eles tinham acabado de terminar. O clima estava foda e ele foi pra casa. Chegou lá e ligou o rádio no volume bem alto, botou uma daquelas músicas que têm fama de ser trilha sonora para suicídios. Os gritos dele passavam desapercebidos, sendo neutralizados pelas ondas sonoras pesadas daqueles riffs de guitarra. Pensou, pensou e pensou mais um pouco.

Ao final da música, ele havia se matado. Mas todos sabemos que não foi exatamente por causa da música...

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Sentado nos degarais de uma dessa igrejas que são facilmente encontradas nos bairros mais calmos de Porto Alegre, ele pegou o papel e começou a escrever. No que colocou a caneta no papel, alguma merda chamou a sua atenção. Era só um barulho, daqueles que os carros dão quando estão a um segundo de bater, aquela freada que pode evitar uma morte, e uma passagem da vida diante dos olhos de um motorista. Por sorte (ou nem tanta sorte) os carros não bateram. Os motoristas se chamaram de filhos da puta e cada um virou uma esquina. Um estava bêbado. Veio um gurizão que estava jogando futebol com outro bando de caras, e deu uma cusparada no bêbado, que saiu por força logo depois.

Os carros não bateram, mas aquela declaração de amor teria de esperar.

Oh, ele se sentia tão mal. Ele estava tão fodido com tudo o que tinha acontecido. Já era, não tinha mais para onde correr, não tinha mais pelo o que lutar, tudo tinha se acabado. Ele simplesmente olhava para a parede pensando que tudo tinha acabado, e só restava aquele sentimento de coração dilacerado.

Então ele olhou para aquela garrafa de vinho, e aqueles 20 pila na mesa. Ele não precisava lutar por um ideal, nem por sua individualidade. A vida não era tão ruim...

A tua felicidade não contagia, nem me faz sentir melhor ou pior do que eu já estou, meu bem. Então continue com esse seu maldito sorriso na sua vida de merda, e que nossas medíocres vidas nunca voltem a se cruzar.

Tenha uma boa morte
Eu te amo
Um beijo

Estávamos todos naquele bar onde o cheiro de cigarro de canela impregnava o ar, juntamente com os bafos de uísque dos bêbados e sem futuro. Estava precisando esfriar a cabeça, as coisas não estavam fáceis ultimamente. Precisava de uma solução rápida, com urgência. Uma banda underground viajava no Rock and Roll enquanto meus amigos cheiravam carreiras de cocaína.
A noite passava depressa, e já estava bêbado quando comecei a pensar nas soluções mais estranhas e terríveis para minha vida infeliz. “Quem sabe suicídio?” pensei. Parecia ser uma boa idéia, dar um fim no sofrimento de uma vez por todas. Enquanto fumava, pensava em que rumo eu iria tomar na pós-vida. Um lugar nos jardins do Senhor. Grande piada, eu iria queimar no inferno por tantos pecados em uma vida só. Até que eu aproveitei a minha vida.
Talvez eu estivesse ficando louco, de tão chapado. Fui até o banheiro molhar a cara e refrescar as idéias. Tinha um casal transando, bem alto por sinal, no banheiro ao lado. Fazia tempo que não transava. Talvez sexo não seja a solução dos problemas, quem sabe os prazeres carnais são uma grande mentira. Voltei para a mesa, vi meus amigos completamente doidos com o pó, e eu ali, quieto, introspectivo, contemplativo. Continuei pensando por uns tempos. Pensei em como a vida era ruim, e como dá reviravoltas, mas sempre prevalecem aqueles tempos em que estamos nos sentindo terríveis e queremos nos matar.
“É suicídio, tá decidido” pensei. Fui até o banheiro novamente. O casal ao lado continuava transando. Peguei meu canivete, ele nunca me foi tão útil. Pensei denovo se era aquilo que queria, mas estava tão mal com o que havia acontecido nos últimos tempos que nem ponderei. Cravei o canivete sem dó no meu próprio pescoço. Retirei o canivete e o sangue começou a jorrar. Não demorou muito para que tombasse e não podesse ver nada.
Naquela noite eu morri denovo, mas não havia sido ela quem me matou...

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Eu sabia que ia dar algo errado. Tinha certeza disso. Na verdade, nem sei porque fiz tudo aquilo. Agora não tinha mais volta. Só sabia que a partir daquele dia, as coisas iam ficar confusas ou difíceis por um tempo. Acho que todos que vem para a Terra, cumprem sua missão de uma maneira ou outra, mas, por outro lado, pagam um preço, e eu pareço sempre estar pagando inutilmente.. Talvez eu tenha me aberto demais à isso, ou me entreguei por completo e não devia.
Peguei um cigarro e sentei no sofá, enquanto olhava aquela bagunça imensa e pensava o trabalho que eu teria para limpar tudo aquilo, definitivamente dessa vez eu me sentia diferente, sem aquela alegria por fazer aquilo. Acendi o cigarro e falei baixinho entre uma tragada e outra: - Olha essa droga, devia ter feito isso na rua, vou morrer limpando isso. Eram 21:52, e eu estava ficando com fome. Abri a geladeira e peguei um Donnut congelado, recheado com chocolate. Droga de Donnut, estava horrível. Dei a primeira mordida naquela porcaria e o telefone tocou. Era uma mulher, com uma voz até que suave, não parecia muito velha:
- Alô.
- Boa noite, vi no jornal que você concerta coisas.
- É, basicamente.
- Pode dar um jeito no meu fogão?
- O que tem ele?
- O gás não sai
- Já verificou o Butijão?
- Sim, está cheio.
- Ok, dou uma passada aí amanhã. Qual o seu endereço?
- É na St. Johnson esquina com a 45.
- Certo, acertamos o preço amanhã.
- Ok, tchau.
"Ótimo, mais trabalho. Espero que essa cadela me dê uma gorjeta legal" pensei. Servi um copo de suco e comi o Donnut. Sempre que levava o copo à boca podia sentir aquele cheiro bom na mão, aquele cheiro que fica depois que faço aquilo que fiz naquela noite. Mas dessa vez parecia terrível. Fedia a bosta. Precisava de um banho com urgência. Fui pegar a toalha na varanda quando o telefone tocou denovo. Era o Jack.
- Alô.
- Hey, Paul.
- E aí Jack.
- Sabe cara, eu to precisando ficar doidão. Terminei com uma guria e tô sem grana. Tem algo aí?
- Não. Estou duro, até queria tomar uma cerveja, mas nem pra isso eu tenho.
- Ah, certo, tchau
- Tchau.
Na verdade eu tinha dinheiro. Mas não quis dar. O Jack vai acabar me sugando desse jeito... aquele viciado. Acho que sou a única pessoa que conheço que é normal. Os outros são drogados ou tarados. Acho que deveriam ir para uma clínica, buscar ajuda talvez. Pode fazer bem à eles. Eu poderia me virar sem amigos, arranjo outros, consigo umas mulheres... Eu dou um jeito. Comecei a me sentir uma pessoa melhor. Sempre me sentia assim quando Jack me ligava pedindo dinheiro ou maconha. Esses anormais nos fazem tão bem, por nos fazerem esquecer os nossos defeitos, e achar que os deles são tão piores do que os nossos. No meio de todo aquele meu sentimento de superioridade, o telefone tocou novamente. Era a mulher do gás. Dessa vez falava mais suavemente, com uma calma quase que excitante.
- Alô.
- Olá, sou eu denovo.
- Ah, oi.
- Achei sua voz excitante e resolvi te ligar.
- Ah, interessante.
- Não quer dar um jeito nesse gás agora mesmo?
- Não tenho condução.
- Eu te busco, onde você mora?
- Evergreen, 45.
- Ok, se arrume.
- Certo, tchau.
"Talvez com sexo eu melhore" pensei. Cheirei meu sovaco, estava com uma asa danada, e estava com a mesma cueca fazia dois dias. Ela não ia querer colocar aquilo na boca do jeito que estava. Tomei um banho rápido e me meti em uma roupa mais bonita do que a que estava, nada especial, não ia precisar delas mesmo. Peguei meu maço de cigarros, só tinham 2 no maço. Peguei uma latinha de cerveja da geladeira e desci as escadas. Passou-se um tempo, e logo depois que terminei a latinha, chegou um carro verde na minha frente, e uma ruiva gorda saiu para fora, dizendo:
- Você que concerta coisas?
- Eu mesmo.
- Entre.
Ela estava bem maquiada, com uma saia muito curta, tão curta que parecia ser um tipo de provocação e com um decote. Os peitos dela balançavam quando passávamos por paralelepípedos. Fomos em silêncio até um certo ponto. Estava pensando para quantos caras ela já tinha ligado naquele dia e se podia dar conta dela. É incrível como as coisas mais carnais como o sexo podem fazer você se esquecer de que a vida é uma droga, e que tudo está terrível. Queria poder transar todas as noites. Fumei um cigarro e puxei um assunto com ela:
- Então, o que você faz?
- Sou corretora de imóveis, e você?
- Legal. Sou escritor.
- Escreve o que?
- Poesias.
- Já foi publicado muitas vezes?
- Qualquer idiota é publicado. Mas poucos têm colhões para serem lidos.
- Interessante. Pode recitar uma poesia para mim?
- Eu vivo disso. Estou de saco cheio disso. Só quero transar.
- Está bem, está bem. Você está faminto
Então ela deu uma risadinha, uma das mais escrotas que já ouvi na minha vida. Se não estivesse tão mal, até desistiria de ter alguma coisa. Abstraí a risadinha e passei a mão na perna dela. Notei que ela começou a se contorcer e dar uns sorrisinhos. Comecei a acreditar que poderia dar conta sem problemas. A vida estava ficando tão boa de repente. Estava quase me esquecendo daquele fedor culposo na minha sala. Paramos numa rua deserta, na frente de uma casa abandonada. E fizemos o que tinhamos para fazer ali no carro mesmo. Ela gritava alto demais, tinha medo de que a vizinhança acordasse. De qualquer maneira, dei conta do recado bem facilmente. Então, quando terminamos, acendi o último cigarro e me recostei me sentindo um daqueles atores pornô. Ela demorou para se arrumar, teve que recolocar maquiagem. Achei que ela tinha marido, e não queria chegar em casa daquela maneira para ele não desconfiasse. Fomos até minha casa em silêncio. Eram 03:06. Saí do carro e ela disse:
- Amanhã, mesmo horário, na minha casa.
- Certo.
Entrei no apartamento, e de repente, todo aquele meu sentimento de felicidade, de esquecimento de problemas passou. As janelas estavam intactas, isto era bom. Pelo menos daquela vez Jack não arrombou alguma janela e roubou algo para se drogar. Fitei o cadáver dela na minha sala, e sujei meu sapato quando pisei num pedaço de tripa que saía do estômago e ficava no chão. Entretanto, ela aparentava estar "bonita" ainda, linda, na verdade. Linda da maneira que sempre esteve enquanto nos divertimos todo aquele tempo. Linda como quando meti a faca na goela dela. Estava podre de cansado, me joguei na cama e comecei a pensar. Talvez eu amasse ela mesmo, talvez não devesse ter matado ela. Sei lá, está feito. Acho que não sou tão superior ou glorioso assim...

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